sábado, 7 de junho de 2008

A Arte e a Literatura na época de Marechal Osorio - Parte 2

A Revolução Surrealista
Além de ter provocado uma grande revolução nas concepções estéticas, respectivas motivações e técnicas, foi, sem dúvida, entre todas as correntes artísticas e literárias, aquela que causou e continua a causar mais polêmica nos meios intelectuais que se inclinam sobre a sua análise.

Dadaísmo:
Os apoiadores do movimento “dada” acreditavam que a realidade substancial, a verdade, as normas morais e cívicas e toda a autoridade política não existiam; era necessário negar os conceitos de arte e de objetos, além das técnicas artísticas – “a autêntica arte seria a antiarte” e “arte é tudo aquilo que o artista a firma como tal”.

Uma curiosidade é que o nome “dada” não tem algum significado, foi escolhido ao acaso, como expressam em seu discurso feito em 1918: “
Dada não significa nada... é uma insígnia de abstração”.
-Estrutura Formal:
Apresentavam textos sem algum nexo, normalmente constituídos por trechos tirados de diversas obras, em variadas línguas; misturavam vários tipos de letras e de cores para chamar a atenção e empregavam uma linguagem agressiva, irônica, propositadamente ambígua e enigmática, para o que recorriam à subversão do sentido das palavras e das idéias.

Surrealismo:
Esta corrente estética também foi criada em Zurique, mas desenvolveu-se em Paris, a partir da publicação do I Manifesto Surrealista por André Breton. O Surrealismo (teoria do irracional e do inconsciente na arte) pode então considerar-se um movimento pós-dada.
Estrutura Formal:
O movimento surrealista possui duas tendências:

  • Surrealismo Figurativo – não representavam os temas destruíam os temas convencionais da pintura, mas preservavam um certo figurativismo. É possível identificar certos objetos, apesar de sua deformidade e de estarem desinseridos de qualquer realidade concreta.
  • Surrealismo Simbolista – de carácter metafísico, na qual há uma recriação de um mundo imaginário repleto de cenas grotescas e desusadas próprias do sonho e da ilusão.

As Inovações na Literatura

O Existencialismo:
Entre os séculos XIX e XX, o realismo naturalista continuava com o panorama literário: se os realistas descreviam as desigualdades da sociedade contemporânea, os naturalistas retratavam a Natureza de um modo quase “fotográfico”.
Na filosofia predominou-se o existencialismo de Jean-Paule Sartre, que se debate com a angústia da existência, concretamente com o paradoxo existente entre a vida e a morte.
No campo literário, sob um aparente otimismo e despreocupação de alguns, manifestou-se uma inquietude e um pessimismo que caracterizaram a época, que se traduziu, por vezes, numa vontade de desfrutar o presente. De um modo geral, estes autores refletiam o pessimismo de uma sociedade decadente.

O Neo-realismo ou Realismo Social
As temáticas psicológicas ligadas à vida interior deixaram de interessar a alguns escritores dos anos 30 – uma nova geração literária voltará costas à História, deixando de interessar-se pela psicologia e pela vida interior. A depressão económica gerada nos excessos do capitalismo liberal proporciona-lhes novas motivações e novas temáticas – a realidade material da condição humana. São os tempos do neo-realismo ou realismo social.

Os assuntos relacionados com as condições socio-económicas dos trabalhadores e a análise da luta de classes, tratados numa linha ideológica marxista, visando denunciar o fenómeno da exploração capitalista do trabalho, constituem temas privilegiados pelos autores neo-realistas.
Na Alemanha, a literatura reflete os problemas sociais, mas se compromete com a nova geração, cujas novelas, testemunhos da guerra e do pós-guerra, constituem uma “literatura de ruínas”. No teatro, esta corrente foi mais notoriamente representada por Bertold Brecht.

Barroco (século XVII)
Época e obras marcadas pelas oposições e pelos conflitos espirituais. As figuras de linguagem mais utilizadas na época são metáforas, antíteses e hipérboles. Principais representantes: Bento Teixeira, autor de Prosopopéia; Gregório de Matos Guerra (Boca do Inferno), autor de várias poesias críticas e satíricas; e o padre Antônio Vieira, autor de Sermão de Santo Antônio ou dos Peixes.

Neoclassicismo ou Arcadismo (século XVIII)
O século XVIII foi marcado pela ascensão da burguesia e de seus valores, fato que influenciou na produção das obras desta época. Período no qual entrou em cena a objetividade, a razão e uma linguagem menos complexa. A vida no campo foi retomada e a vida bucólica passou a ser valorizada, assim como a idealização da natureza e da mulher amada. Principais obras: Obra Poética (Cláudio Manoel da Costa), O Uraguai (Basílio da Gama), Cartas Chilenas e Marília de Dirceu (Tomás Antonio Gonzaga) e Caramuru (Frei José de Santa Rita Durão).

Romantismo (século XIX)
A literatura da época foi influenciada, principalmente, pela modernização ocorrida no Brasil, com a chegada da família real portuguesa em 1808, e pela Independência do Brasil, em 1822. O romantismo tem como principais características o individualismo, o nacionalismo, a retomada dos fatos históricos importantes, a idealização da mulher, o espírito criativo e sonhador, a valorização da liberdade e o uso de metáforas. Principais obras: O Guarani (José de Alencar), Suspiros Poéticos e Saudades (Gonçalves de Magalhães), Espumas Flutuantes (Castro Alves) e Primeiros Cantos (Gonçalves Dias). Outros importantes escritores e poetas do período: Casimiro de Abreu, Álvares de Azevedo, Junqueira Freire e Teixeira e Souza.

Realismo - Naturalismo (segunda metade do século XIX)
Período marcado pelos escritores e poetas que retratavam o mundo social e os problemas e conflitos do ser humano em suas obras. Tinha como características: a objetividade, a linguagem popular, a trama psicológica, a valorização de personagens realistas, o uso de cenas cotidianas, a crítica social e a visão irônica da realidade. O principal representante desta fase foi Machado de Assis que produziu as obras: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro e O Alienista. Podemos citar ainda como escritores realistas Aluisio de Azedo, autor de O Mulato e O Cortiço, e Raul Pompéia, autor de O Ateneu.

Parnasianismo (final do século XIX e início do século XX)
O parnasianismo buscou os temas clássicos, valorizando o rigor formal e a poesia descritiva. Os autores da época usavam uma linguagem rebuscada, um vocabulário culto, temas mitológicos e descrições detalhadas. Principais autores: Olavo Bilac, Raimundo Correa, Alberto de Oliveira e Vicente de Carvalho.

Simbolismo (fins do século XIX)
Os poetas do simbolismo utilizavam uma linguagem abstrata, sugestiva e subjetiva e suas obras eram repletas de misticismo e religiosidade. Os principais representantes do simbolismo foram: Cruz e Souza e Alphonsus de Guimaraens.

Pré-Modernismo (1902 até 1922)
Época marcada pelo regionalismo, pelo positivismo, pela busca dos valores tradicionais, pela linguagem coloquial e pela valorização dos problemas sociais. Principais autores: Euclides da Cunha (autor de Os Sertões), Monteiro Lobato, Lima Barreto, autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma e Augusto dos Anjos. É considerado um período de transição.

Modernismo (1922 a 1930)
Começou com a Semana de Arte Moderna de 1922. A literatura modernista retrata o nacionalismo e os temas do cotidiano (urbanos). Apresenta linguagem com humor, liberdade no uso de palavras e textos diretos. Principais escritores: Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Cassiano Ricardo, Alcântara Machado e Manuel Bandeira.

Neo-Realismo (1930 a 1945)
Fase literária na qual os escritores retomaram as críticas e as denúncias aos grandes problemas sociais do Brasil, além dos assuntos místicos, religiosos e urbanos. Obras que se destacaram: Vidas Secas (Graciliano Ramos), Fogo Morto (José Lins do Rego), O Quinze (Raquel de Queiroz) e O País do Carnaval (Jorge Amado). Principais poetas: Vinícius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade e Cecília Meireles
.

Fonte: http://www.esao.ensino.eb.br/palestra_cavalaria/producao_liter%e1ria.doc

Nenhum comentário: