Carabinas
A carabina era a arma padrão da Infantaria ligeira – os caçadores. Estes eram destinados a combater não somente na linha de batalha, mas também dispersos pelo campo, de forma que a agilidade de seus soldados era um fator sempre enfatizado. Por isso suas armas e munições deveriam ser mais leves (curtas), para não atrapalhar a movimentação em combate.
Esta distinção de equipamento entre fuzileiros e caçadores tendeu a desaparecer durante alguns anos, mas na década de 1850 as carabinas voltam a ser usadas, se tornando as armas de maior distribuição entre os soldados, pois a maior parte do Exército regular era composta de caçadores, bem como todas as unidades de Voluntários da Pátria enviadas para o fronte durante a Guerra do Paraguai.
Havia principalmente quatro tipos de carabina:
-Carabina Tige
A carabina tige, ou Thouvenin foi um passo intermediário na descoberta de uma arma eficiente. Como as armas eram de carregar pela boca, a bala, para facilitar o carregamento, tinha que ter um diâmetro inferior ao do cano, impossibilitando o forçamento (encaixe) necessário para fazer o projétil girar e lhe dar estabilidade. Nesta, a culatra tinha uma haste (tige, em francês), no fundo do cano, em torno da qual ficava a pólvora do cartucho. Ao colocar o projétil (de ponta ogival), o soldado dava com a vareta uma pancada forte sobre a bala de chumbo macio. Isto deformava o projétil sobre a haste (tige) e fazia com que o mesmo se encaixasse nas raias.Essas armas continuaram em uso pelo menos até o início da guerra do Paraguai.
Carabina Tige
Dados técnicos:
Calibre: 17,8 mm
Comprimento:
Peso: 4,46 kg
Raias: 4 a esquerda
Alça de mira: 150 a
Alcance útil:
Cadência de fogo: 2-4 tiros por minuto
-Carabina Minié
Arma padrão da Infantaria do Império durante a Guerra do Paraguai. As armas vinham equipadas com alças de mira reguladas em braças, mas a partir de 1864, já passaram a vir com alças em metros, devido a previsão da adoção oficial do sistema métrico no Império.
Nada menos do que 27.900 foram enviadas ao Paraguai, sendo distribuídas entre os batalhões de caçadores de linha e por todas as unidades de Voluntários da Pátria. No fronte, sofreram do mesmo problema de todo o sistema Miné, por causa da existência de uma arma da mesma classe, mas de calibre diferente, a Enfield. A solução encontrada para o problema, a padronização da munição de calibre menor, tornou as carabinas deste modelo muito menos eficientes do que seria de se esperar.
Carabina Minié
Dados técnicos:
Calibre: 14,8 mm
Comprimento:
Raias: 3,7 kg
Alça de mira:
Alcance útil:
Cadência de fogo: 2-4 tiros por minuto
-Carabina Enfield
Carabina comprada a partir de 1858, tendo o mesmo problema das outras armas inglesas do sistema Miné, que era o fato de usarem munição diferente da regulamentar. Mesmo assim foram distribuídas indiscriminadamente às unidades de caçadores do Exército e de Voluntários da Pátria, sendo que 3.484 das carabinas enviadas para o setor de combate (cerca de 10% do total apenas) eram Enfields.
Carabina Enfield
Dados técnicos:
Calibre: 14,66 mm
Comprimento:
Raias:
Alça de mira:
Alcance útil:
Cadência de fogo: 2-4 tiros por minuto
-Carabina Roberts
Não se pode dizer que a espingarda Roberts foi uma arma regulamentar do Exército Brasileiro, pois não chegou a ser distribuída à tropa. Porém, a Guerra do Paraguai viria a representar um motivo muito forte para a adoção deste tipo de equipamento, por causa do seu potencial de até 15 tiros por minuto.
As Roberts nada mais eram do que armas do sistema Miné, fabricadas nos Estados Unidos (conhecidas como Springfield, modelo 1861), transformadas segundo o sistema patenteado por Roberts em 1864. O cartucho usado era de estojo metálico e de percussão periférica, mas que na prática se mostraram inúteis, pelo grande número de falhas. 880 armas chegaram a ser enviadas para o fronte em 1867 (o suficiente para armar dois batalhões).
Carabina Roberts
Dados técnicos:
Calibre: 14,66 mm
Comprimento:
Raias: 4,02 kg
Alça de mira:
Alcance útil:
Cadência de fogo: 10-15 tiros por minuto
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